Projeto Acâdemico


Introdução

Uma das dificuldades que é encontrada no ensino em matemática é a sua descontextualização. Um trabalho de explicitação dialógica que possibilite a contextualização, bem como atividades que agenciem regulações de ideias, argumentações e materialidades as quais servem de base para que o aluno desenvolva sua sensivelmente, capacidade de análise, pois ele necessita coletar informações e compará-las, interpretar, defender ou criticar caminhos interpretativos e, a partir disso, tirar conclusões de todo o processo.

Atualmente a contextualização é apresentada pelo Ministério da Educação (MEC) como sendo um dos meios dos quais o professor dispõe para propiciar a construção de conhecimentos por parte dos educandos de forma significativa. Uma interdisciplinaridade com a Matemática e demais disciplinas, quando centralizamos nossas práticas no acontecimento discursivo que é o mundo (GERALDI, 2004). A construção dialética desenvolvida no ensino nas mais diversas áreas possibilita um trabalho com transversalidade do conhecimento.

Ao longo de sete semanas buscamos, além, de uma fundamentação teórica sobre o tema estudado, a realização de observações constantes no campo definido como lócus de pesquisa. Com isso, podemos considerar que o ouvir foi um elemento chave nesse projeto. E foi esse ouvir, adquirido graças ao contato estabelecido com os sujeitos da pesquisa, que, conforme podemos observar a seguir, que possibilitou definir o problema central deste estudo.

Acreditarmos que ensinar Matemática, sem explicitar suas finalidades de conceitos em seus potenciais usos, nada mais é do que contribuir para o aumento das dificuldades de aprendizagem da própria disciplina. Desta forma para evitarmos essa dificuldades, existe a necessidade de um ensino associado à realidade de práticas sociais. Embora na realidade escolar esta cada vez mais difícil, sendo necessária que as instituições de ensino elaborem constantes estratégias, as quais visem a melhorias para seus bons funcionamento e interesse dos alunos. Assim, os profissionais da área da educação, continuam tendo grandes desafios, como ajudar seus alunos a compreenderem a importância da escola na busca de metas e objetivos concretos para suas vidas e a matemática sendo abordada de forma prática e compreensível para auxiliá-los na construção de seus próprios conhecimentos.

Problema de Pesquisa

Como auxiliar alunos da 1ª série do Ensino Médio na compreensão e manipulação de debates e exercícios escolares por meio da utilização de um viés metodológico dialético em aulas de Matemática?

Objetivos Gerais

O objetivo precípuo deste trabalho é buscar estratégias, via elaboração de explicitações atividades, que possibilitem o auxílio a estudantes da 1ª série do Ensino Médio de uma escola localizada no interior paulista (município de Jaú) para explorarem reflexões e práticas que se pautem numa dinâmica dialética.

Concepções teóricas

Nosso protótipo fundamenta-se no Designer Thinking aliado ao estudo de caso. Esta abordagem se adapta à investigação em Educação quando o investigador é confrontado mediante situações complexas, de tal forma que dificulte a identificação das variáveis consideradas importantes, quando o investigador procura respostas "como?" e "por quê?", quando o investigador procura encontrar interações entre fatores relevantes próprios dessa entidade, quando o objetivo é descrever ou analisar o fenômeno, a que se acede diretamente, de uma forma profunda e global, e quando o investigador pretende apreender a dinâmica do fenômeno, do programa ou processo. Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O conhecimento do pesquisador é parcial e limitado. O objetivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações (DESLAURIERS, 1991, p. 58). A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais.

Utilizando o Design Thinking para a produção do protótipo, por consistir em um conjunto de métodos e processos para abordar problemas, relacionados à aquisição de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções. Como uma abordagem, é considerada a capacidade para combinar empatia em um contexto de um problema, de forma a colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto; criatividade para geração de soluções e razão para analisar e adaptar as soluções ao contexto. Para tal, o Design Thinking propõe que um novo olhar seja adotado ao se endereçar problemas complexos, um ponto de vista mais empático que permita colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto e gerar resultados que são mais desejáveis para elas, mas que ao mesmo tempo é financeiramente interessantes e tecnicamente possíveis de serem transformados em realidade. Assim, utilizamos esses métodos e processos do design thinking, para potencializar a qualidade no ensino.

Alguns conceitos e reflexões apoiados nas críticas sobre funcionamento das sociedades podem ser explorados nestes encontros, permitindo espaços de elaboração, avaliação e alterações de planejamentos e ações.

Acreditamos que a base de atuação dos projetos se firmam na perspectiva teórica do materialismo histórico-dialético, de base marxista. Não obstante, tem-se uma abertura para outras tendências de matriz crítico-intervencionista.

Mendonça (2001), em artigo "Língua e Ensino: políticas de fechamento", aborda o modo como as políticas de fechamento vão de encontro à noção de heterogeneidade e de imprevisibilidade do discurso, uma vez que estas, segundo a analista, se convergem em três mecanismos de controles de base foucaultiana: a disciplinarização, o sistema de apropriação de conhecimento e a sociedade do discurso. O estudo dela mostra que as políticas de fechamento promovem um silenciamento das inúmeras possibilidades de sentidos de textos, uma estereotipação classificatória dos gêneros discursivos e um apagamento das variedades linguísticas não privilegiadas. Podemos dialogar com a pesquisadora no sentido de que aquilo que no ensino se tomaria como lugar fluido dialógico do campo científico, tendo no processo de contra palavra um projeto de dizer, é ressignificado como estruturação padronizada a ser compreendida como reprodução, dando um fechamento à propriedade responsiva e, por que não, responsável dos discursos. Assim, o enrijecimento conceitual operaria como política fundante das práticas discursivas nestas instituições.

"Ser é parecer". A influência do parecer, da cópia, da ilusão, do idealismo tem tomado presença na atividade social de nossa cultura. Aspectos sociológicos e psicológicos se entremeiam para nossos posicionamentos como sujeitos. Cabe à ação ética deliberar: somos o que nos é catalogado?

Como entender legitimação e prestígio social? Numa escola democrática, o trabalho para uma "ética de si", como coloca Foucault, é a concepção central do desenvolvimento de uma autonomia dos sujeitos. O diploma não é sinônimo de quem está se "formado" possui uma integração de assunto numa aptidão ao trabalho numa área ou a um determinado domínio do saber.

De um lado temos os indivíduos que são formados e não têm conhecimento sobre o assunto, e de outro, temos alguns que conhecem o assunto, porém, não têm o diploma. É impossível resolver o problema de forma perfeita, não há um método objetivo para avaliar o conhecimento, e na verdade como definimos quem sabe e quem não sabe?

Para Foucault, nossa sociedade ocidental presencia uma cultura do diploma, tendo o diploma um valor negativo para aqueles que não o tem, prevenindo qualquer pessoa de se tornar um "profissional" em determinada área e não ter noção nenhuma do assunto. Na ordenação legitimadora de órgãos públicos, a existência de um diploma legitima ou não as práticas de um sujeito. Foucault indicia que isto é fruto de uma sociedade vigilante e punitiva onde uma "ordem oficial" é legitimada, enquanto as outras vivências ocorrem às margens. Quem possui uma competência para algo? Estamos num beco onde teoria e prática se desvinculam. Somos provados a todos os momentos por forças de controle do saber, pois saber e poder, como também debate Foucault (1996), estão se interacionando nas vivências dos sujeitos.

Infelizmente, a moralidade tem ultrapassado uma instância da ética reflexiva nos colegiados escolares, bem como na amplitude de nossa sociedade. Uma reforma política geral pode dar fôlego aos sistemas educacionais que focam o trabalho autônomo dos sujeitos. Todas as videoaulas de todas as disciplinas oferecidos pelo curso de Licenciatura em Ciências Naturais e Matemática pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo até hoje assistidas e refletidas de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento do atual Projeto Integrador.

Embora o objeto do presente Projeto Integrador esteja centrado em questões de ensino-aprendizagem em Matemática, todas as videoaulas foram de vital importância para o resultado e conclusão, já que a interdisciplinaridade e os conhecimentos nas diversas áreas contribuíram conjuntamente para elaboração e desenvolvimento do protótipo.

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